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Vai recomeçar a temporada anual de queimadas, desmatamentos, destruição e agressões generalizadas ao meio ambiente

Já se calcularam quantos bilhões de dólares serão ganhos com as exportações de monoculturas. Já se escreveram os discursos de “a culpa é da imprensa que exagera tudo”. Já se prepararam as acusações contra as ONGs que “estão a serviço de interesses estrangeiros”. 

Está tudo prontinho!! É só desmatar e meter fogo!! Amazônia, Pantanal, Mata Atlântica, Manguesais, Cerrado, Caatinga, Pampas, Campos, Campinas, Matas ciliares e laterais de rodovias, que se f…(ferrem).
Chorem nas cinzas que é lugar quente!! (Depois, sepultura fria). 

Como não é só criticar, então indico:
“Como a UFLA ajudou a combater os incêndios no Pantanal e na Amazônia – Uma história de sucesso”.
http://ciencia.ufla.br/todas-opiniao/661-como-a-ufla-ajudou-a-combater-os-incendios-no-pantanal-e-na-amazonia-uma-historia-de-sucesso 

Mas saibam que, em 1972, James Lovelock, cientista britânico, desenvolveu a “Hipótese de Gaia”, segunda a qual a Terra seria um vasto sistema que se comportaria como um autêntico ser vivo. O conceito de uma Terra viva não foi aceito de imediato. Porém, agora, finalmente, muitos cientistas ambientalistas, do mundo inteiro, concordaram com James Lovelock.

“Ainda que cessássemos neste
instante de arrebatar novas terras
e águas de Gaia para a produção de
alimentos e combustíveis e parássemos de
envenenar o ar, a Terra levaria mais
de mil anos para se recuperar do
dano já infligido.”
(A Vingança de Gaia – J. Lovelock) 

Saibam também que, a Agroecologia é a união participativa dos mais avançados conhecimentos científicos desenvolvidos na atualidade, com o saber popular consagrado pela experiência de vida na prática, objetivando produzir alimentos saudáveis, gerar emprego e renda dignos, mas, com visão socioambiental cultural sustentável.
“Sustainable food security programs.pdf”
http://repositorio.ufla.br/jspui/handle/1/43323

Assim, cientistas e anciãos formam o staff da Agroecologia, na busca das Tecnologias Socioambientais Sustentáveis que garantam a vida na Terra, com conforto, abundância, sabedoria, conservação e preservação.
“Agroecology and its sustainable economic/social environmental technologies.pdf”.
http://repositorio.ufla.br/jspui/handle/1/41743

Ou seja:
“Economicamente viável. Ecologicamente correto. Socialmente justo. Culturalmente adequado. Tecnologicamente adaptado e Cientificamente comprovado”. 

Sobre o conhecimento científico, atualmente, há tantas informações disponíveis ao nosso alcance, que creio ser desnecessário, deter-me neste robusto pilar da Agroecologia. 

Todavia, como um exemplo de ciência e socioambientalismo, sugiro que leiam a Edição 97 do “Jornal UFG”, que informa que “um grupo de pesquisadores liderados pelo professor Thiago Rangel, do Instituto de Ciências Biológicas da UFG, criou um sistema simulador da biodiversidade na América do Sul, dentro da realidade virtual. A pesquisa publicada na revista Science, em julho, apresentou um modelo computacional que permitiu unir diversas explicações e hipóteses para a biodiversidade na América do Sul, com dados climatológicos dos últimos 800 mil anos”.

Assim, com bases científicas, poderá entender o porquê de se advertir insistentemente contra a destruição da Amazônia, que a transformará em deserto, e também citar inúmeras consequências, como: a provocação de secas generalizadas, o desencadeamento de novas pragas, doenças, endemias e pandemias. Isso é ciência. Não é política.
Entenda!!! Acorde!!! Desperte!!! Reaja!!! Ajude!!! Participe!!! 

Modestamente, também tenho uma contribuição para a temática, que é
minha proposta de “VALIDAÇÃO CIENTÍFICA E VIÉS EXTENSIONISTA” disponibilizadas no link:
http://ciencia.ufla.br/pt/todas-opiniao/625-validacao-cientifica-e-vies-extensionista-uma-proposta-ousada-e-audaciosa 

Neste trabalho, defendo a popularização das ciências em linguagem acessível, para que as pessoas de fora das academias científicas, entendam suas pesquisas e publicações especializadas decorrentes, e também, suas respectivas contribuições para a solução definitiva dos problemas socioambientais, em expansão na atualidade.
“A universidade existe para transformar desertos em jardins”
Rubem Alves. 

Ou seja, para mim, os problemas socioambientais, tais como fome miséria, desnutrição, queimadas, desmatamentos, erosão, deslizamentos, poluição, epidemias, pandemias etc etc se resolvem definitivamente com ciência e tecnologia, aliadas ao saber popular consagrado, e não apenas com política, como se tem afirmado cômoda e simplesmente, através dos tempos.
“A ciência existe para melhorar a vida das pessoas” Brechet (1938). 

Para isso, sugeri a conexão dos “trabalhos científicos” com “viés extensionista”, nas mesmas publicações dos trabalhos científicos.
Por quase quarenta anos de ensino, no magistério superior do Departamento de Engenharia da Universidade Federal de Lavras, defendi a proposta de indexação do viés extensionista aos trabalhos científicos de pesquisa em geral, dissertações de mestrado, tese de doutorado e, também, aos programas de orientação acadêmica, em nível de graduação...”.

Aproveitem o ensejo e sugiro que façam uma revisão de minha crônica de 02/03 p.p:
“Responsabilidade Socioambiental da Universidade. Como será o mundo após a pandemia de Covid-19, sendo que já sofre duramente com o aquecimento global?”
https://www.agazetadelavras.com.br/responsabilidade-socioambiental-da-universidade-como-sera-o-mundo-apos-a-pandemia-de-covid-19-sendo-que-ja-sofre-duramente-com-o-aquecimento-global/
“A ciência e a universidade existem para melhorarem a vida das pessoas e protegerem o meio ambiente” Prof. Gilmar Tavares. 

Sobre o saber popular, apresento-lhes como argumento oportuno, a “Carta do Chefe Seattle”, dirigida ao presidente dos EUA, Franklin Pierce, quando este propôs comprar, em 1854, grande parte das terras de sua tribo, oferecendo, em contrapartida, a concessão de uma “reserva”.
Trata-se de um dos mais belos e importantes documentos pertencentes ao acervo cultural da humanidade. 

O Presidente, em Washington, informa que deseja comprar nossa terra”.

“Mas como é possível comprar ou vender o céu, a terra? A ideia nos é estranha. Se não possuímos o frescor do ar e a vivacidada da água, como poderão comprá-los? 

Cada parte desta terra é sagrada para meu povo: O arbusto brilhante do pinheiro, a porção de praia, a bruma na floresta escura, a campina, o inseto que zune. Todos são sagrados na memória e na experiência do meu povo!! 

Conhecemos a seiva que circula nas árvores, como conhecemos o sangue que circula em nossas veias. Somos parte da terra, e ela é parte de nós!! 

As flores perfumadas são nossas irmãs. O urso, o gamo, e a grande águia são nossos irmãos. O topo das montanhas, o húmus das campinas, o calor do corpo do pônei, e o homem, pertencem à mesma família!! 

A água brilhante que se move nos rios e riachos não são apenas água, mas o sangue de nossos ancestrais. Se lhes vendermos a nossa terra, deverão lembrar-se de que ela é sagrada!! 

Cada reflexo espectral nas claras águas dos lagos fala de eventos e memórias na vida do meu povo. O murmúrio da água é a voz do pai do meu pai!! 

Os rios são nossos irmãos. Saciam a nossa sede, conduzem nossas canoas e alimentam nossos filhos. Assim, é preciso dedicar aos rios, a mesma bondade que se dedicaria a um irmão!! 

Se lhes vendermos nossa terra, lembrem-se de que o ar é precioso para nós; o ar partilha o seu espírito com toda a vida que ampara!! 

O vento, que deu ao nosso avô o seu primeiro alento, também recebe seu último suspiro. O vento também dá às nossas crianças o espírito da vida!! 

Assim, se lhes vendermos nossa terra, vocês deverão mantê-la à parte e sagrada, como um lugar onde o homem possa ir apreciar o vento, adocicado pelas flores da campina!! 

Ensinarão, vocês, às suas crianças, o que ensinamos às nossas? Que a terra é nossa mãe? O que acontece à terra, acontece a todos os filhos da terra!! 

O que sabemos é isto: a terra não pertence ao homem, o homem pertence à terra. Todas as coisas estão ligadas, assim como o sangue nos une a todos!! 

O homem não teceu a rede da vida, é apenas um dos fios delas. O que quer que ele faça à rede, fará a si mesmo!!

Uma coisa sabemos: nosso Deus é também o seu Deus. A terra é preciosa para Ele, e magoá-la é acumular contrariedades sobre o seu criador!! 

O destino de vocês é um mistério para nós. O que acontecerá quando os búfalos forem todos sacrificados? 

Os cavalos selvagens, todos domados? O que acontecerá quando os cantos secretos da floresta forem ocupados por odores de muitos homens e a vista dos montes floridos for bloqueada pelos fios que falam? 

Onde estarão as matas? Sumiram!!
Onde estará a águia? Desapareceu! E o que será dizer adeus ao pônei arisco e à caça? Será o fim da vida e o início da sobrevivência? 

Quando o último pele-vermelha desaparecer, junto com a sua vastidão selvagem, e a sua memória for apenas a sombra de uma nuvem se movendo sobre a planície …… estas praias e estas florestas ainda estarão aí? Alguma coisa do espírito do meu povo ainda restará? 

Amamos esta terra como o recém-nascido ama as batidas do coração da mãe. Assim, se lhes vendermos nossa terra, amem-na como a temos amado. Cuidem dela, como temos cuidado!! 

Gravem em suas mentes a memória da terra tal como estiver quando a receberem. Preservem a terra para todas as crianças e amem-na, como Deus nos ama a todos. Assim como somos parte da terra, vocês, também, são parte dela!! 

Esta terra é preciosa para nós, também é preciosa para vocês.Uma coisa sabemos: existe apenas um Deus. Nenhum homem,vermelho ou branco, poderá sobreviver à parte. Afinal, somos irmãos!!”.
(Assinado: Chefe Seattle, 1854). 

Já dizia Paulo Freire:
“O homem, como um ser histórico, inserido num permanente movimento de procura, faz e refaz o seu saber.”

 

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