Blogs e ColunasGeralNotícias

E eu ganhei um jardim!!!

“E Deus estava infeliz. O vazio em que vivia lhe dava tédio. Por isso teve um sonho. Sonhou com um jardim – não há nada que dê mais alegria que um jardim. E decidiu plantar um jardim para ficar alegre”. Rubem Alves.

Sempre fui apaixonado por jardins, mesmo muito antes de conhecer a magnífica obra literária de Rubem Alves, na qual os jardins são associados à educação humanista e socioambiental.

Sempre procurei conhecer os jardins, parques, reservas florestais, feiras-livres populares, espaços culturais públicos e museus, em todos os lugares do Brasil e do mundo, que visitei. 

Sou ambientalista agroecológico por convicção, e se para mim, um simples arranjo floral, já é um míni jardim, e até mesmo um minúsculo vaso florido encanta minha vida. Imaginem, agora, que fui contemplado com um jardim suspenso, ou seja, um lindo jardim que tem o meu nome. É muita emoção!! Muita mesmo!! Muito obrigado!!
“Se a única oração que disser em toda a sua vida for muito obrigado, será o bastante”. Meister Eckhart. 

Meu jardim está localizado no “Studio Corpore Lavras”, à rua Getúlio Vargas, 49. Centro. Nesta Academia especializada, pratico Pilates há quase duas décadas, ininterruptamente.

Silvia, Sérgio, Letícia e Pedro formam o grupo familiar proprietário e administrador. Congregam também, um excelente quadro de auxiliares especializados e de apoio. Atualmente, a competente e dedicada Tamara, é a minha fiseoterapeuta designada. 

Acontece que, agora, como resolvi escrever crônicas, também, a possibilidade de ligar os textos com os jardins, como uma imensa semeadura, me conquistou definitivamente.
Escrever é meu jeito de ficar por aqui. Cada texto é uma semente. Depois que eu for, elas ficarão. Quem sabe se transformarão em árvores! Torço para que sejam ipês amarelos”. Rubem Alves.
No meu caso, torço para que sejam pés de laranjas-da-ilha.

Mas, como foi que virei patrono de jardim??!! Como isso tudo começou??!!
É que, até 2003, eu tinha “crises de coluna” horríveis. Sendo que, por duas vezes, fui internado no hospital, levado às pressas, por uma ambulância do SAMU, com sirene ligada. 

Mais anteriormente, em 1980, quando estava construindo minha casa própria, sofri um acidente fortuito, ao tentar impedir que uma caixa dágua de 1000L, que estava sendo descarregada de um caminhão de aluguel, caísse da carroceria e se espatifasse no chão. 

Senti uma dor alucinante “nas cadeiras” e desmaiei. Quando acordei, lá estavam em minha volta, meus familiares, e mais o saudoso e folclórico Leônidas, massagista do Fabril EC, vereador “vitalício” de Lavras, também conhecido como caridoso massagista popular, o que lhe rendia muitos votos, eternizando-o, na vereança municipal. 

Alguém tinha dado a ideia: -Chamem o Leônidas, ele mora aqui pertinho!!!
Ele atendeu pronta e solidariamente, aplicando seus conhecimentos fisioterápicos práticos, fazendo-me urrar de dor. Mas a intenção foi boa!! Portanto, sou grato a ele. 

A partir destes episódios, nunca mais tive sossego. Periodicamente, tinha dolorosas crises de coluna, fazendo com que eu procurasse todo tipo de tratamento. Bastava alguém me indicar, e lá ia eu desesperado, para mais uma nova tentativa de encontrar alívio. Que provação…!!! 

Não vou citar a lista de tratamentos que tentei, para não ferir os brios dos profissionais que os aplicaram, e também, das pessoas que generosamente os sugeriram. Gratidão a tod@s!!!

Mas uma “simpatia” popular, recomendada por uma pessoa da roça muito querida, não posso deixar de relatar:
-Professor, o Sr. encontre uma vara de cana-de-açúcar da sua altura, que seja retinha e bem madura. Coloque esta vara debaixo do seu colchão, e durma trinta noites seguidas, com ela lá. Depois de trinta noites, o Sr. estará curado, mas precisa ter fé, senão, não funciona.
Confesso que fiquei muito emocionado com tamanha singeleza. Agradeci muito, mas, evidentemente, não pratiquei a tal “simpatia“. 

Recusei também, remédios fortíssimos para alívio de dores, e todas as sugestões de cirurgias. Decisões sob minha inteira responsabilidade. Portanto, aguentava a crise pacientemente, até passar. Afinal, breve viria outra, e outra, e outra…Seria uma provação kármica…??!! 

Mas, em um abençoado dia, folheando casualmente o agora extinto jornal: “Tribuna de Lavras“, tomei ciência de uma novidade na cidade.

Tratava-se de uma tal fisioterapia “Pilates“, em um tal “Espaço Corpore”, de uma tal fisioterapeuta completamente desconhecida por mim, Sílvia Celani Sales. Espaço Corpore??!! Pilates??!! Sílvia Celani??!! Bem, não custa tentar mais essa!! Já tentei de tudo mesmo!! 

Para mim, até aquele momento, “Pilates“, lembrava-me o sobrenome daquele Pôncio de triste memória, e a marca de um pequeno avião suiço. Ambos, na verdade, denominados “Pilatus“. 

Quando comentei com minha esposa Meirinha, ela exclamou:
-Nossa!!! A Sílvia é filha do falecido Dr. Paulo Celani, que cuidou da minha mãe (D. Nadir). Lembro-me de que ela, quando criança, esteve na minha casa com a irmãzinha Juliana, acompanhando o Dr. Paulo, que visitava a mãe, sob seus zelosos cuidados médicos. E a mãe dela, Tereza, deu um presente para o Toninho (nosso segundo filho, recém nascido), quando fui à sua boutique fazer compras. É uma família muito conceituada!! 

Meirinha contou-me também que, durante o velório do Dr. Paulo Celani, aproximou-se da adolescente Sílvia e disse-lhe:
-Perdemos um excelente médico.
A jovem Sílvia, comovida, respondeu:
-Sim, e excelente pai. 

Telefonei, a Dra. Sílvia atendeu, identifiquei-me, fiz um resumo do meu histórico de sofrimento, marcamos o dia seguinte e a hora, para atendimento de demonstração da proposta Pilates. No dia seguinte, lá fui eu, para mais uma tentativa, que provavelmente seria inútil, pensei. 

O primeiro Espaço Corpore, ficava no Edifício das Clínicas, na rua Misseno de Pádua, próximo ao antigo Colégio N.S.Aparecida. Eram instalações bem acanhadas. Fui muito bem recebido pela Sílvia. Refiz o relato detalhado sobre minhas crises de coluna. Sílvia ouviu atentamente, e, em seguida, apresentou-me a técnica Pilates, com a prática de alguns exercícios orientados, específicos. 

Lembro-me do “gato bravo e sela de cavalo” e da “ponte”.
Lembro-me dos termos: “colar de perolas”, “brincos de abacaxis” e “umbigo nas costas”. Lembraria com muito bom humor, também, quando ela mandou eu “respirar em diagonal“, e de outra vez, quando mandou-me colocar os “joelhos nas costas”.
Lembro bem quando comunicou-me a mudança da Academia para o novo endereço, onde agora estamos, este magnífico “Studio Corpore

Foi quando conheci o Sérgio, seu marido. Fiz brincadeiras na forma de desafios, com a filha Letícia, uma menininha que ficava observando os exercícios, hoje, Dra. Letícia. Lembro-me do filho, o menino Pedro. Recordo-me da minha aula de dança “anos 60” para interessad@s e curios@s da academia. 

Na verdade, tinha encontrado, finalmente, o que eu tanto procurava: um ambiente profissional credenciado, porém familiar, propício para o fim das minhas crises de coluna e alívio das dores consequentes. 

Percebi claramente, as possibilidades reais de voltar a cavalgar, andar de bicicleta, jogar futebol, tênis, praticar karatê e fazer longas caminhadas. E assim foi, graças a Deus, e a esta bonita família!! 

E melhor, encontrei uma profissional competente e extremamente humanista. Um ambiente familiar e uma equipe de primeira grandeza.
Virei um pilateiro (ou seria pilatista?) inveterado. O Pilates passou a fazer parte de minha vida. 

Graças ao Pilates, pude surfar, esquiar e mergulhar em profundidade, no oceano. Graças ao Pilates, resisti ao infarto e fui safenado com sucesso (duas mamárias, uma safena, e um stent de brinde). Gratidão, Sílvia!!! Gratidão, família!!! Gratidão equipe, Corpore Pilates!!! 

E agora, quem deveria presentear o Studio Corpore com um jardim, pelo magnífico trabalho e fraterna amizade, deveria ser eu. Mas, vejam bem, eu é que recebo um jardim suspenso, de presente!!! Só pode ser porque a Sílvia e família, já têm jardins no coração.
Quem não tem jardins por dentro, não planta jardins por fora e nem passeia por eles…” Rubem Alves.

Creio que Rubem Alves falará por mim, mais uma vez:
“Eu acho que Deus ao criar o universo, pensava numa única palavra: Jardim! Jardim é a imagem de beleza, harmonia, amor, felicidade. Se me fosse dado dizer uma última palavra, uma única palavra, Jardim seria a palavra que eu diria”. 

(Acessem as crônicas anteriores, clicando na franja “Blogs e Colunas“, acima do título da matéria atual. Em seguida, pode-se clicar na franja “Próxima página >“, no rodapé da página aberta, para continuar acessando-se mais crônicas anteriores).

Artigos relacionados

DEIXAR UM COMENTÁRIO

Política de moderação de comentários: A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro ou o jornalista responsável por blogs e/ou sites e portais de notícias, inclusive quanto a comentários. Portanto, o jornalista responsável por este Portal de Notícias reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal e/ou familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.
Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios