Pela Constituição Federal, o Estado tem a obrigação de oferecer transporte para a população assim como educação, saúde, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância e assistência aos desamparados.
Muitos dos atendimentos são realizados por empresas que tem a concessão do governo, tanto a nível municipal, estadual ou federal, e devem prestar o serviço atendendo de forma digna a todos, independente do cidadão ter ou não alguma deficiência, física ou intelectual, como cadeirantes, pessoas com deficiência visual, auditiva, enfim… além é claro de idosos, gestantes e demais pessoas.
O problema é que em muitas regiões o tratamento dado pelos funcionários, que são orientados pelas empresa a oferecer o mínimo para o usuário, cobrando o que não deveria e oferecendo um atendimento de péssima qualidade.
Todo este texto serve para dar início ao fato ocorrido na manhã deste sábado, 25 de março na cidade de Ijaci, onde um novo morador, que tem deficiência motora, e por estar sem seu carro precisou se deslocar de Ijaci para Lavras.
Assim começou o problema, uma simples ida de uma cidade a outra, para quem não tem nenhuma necessidade especial pode parecer bobeira, mas não é!!! pois o direito e ir e vir, de ser tratado com dignidade tem que ser garantido para todos, infelizmente a empresa São Cristóvão que faz o transporte não só em Ijaci e Lavras mas em toda região, o faz com péssima qualidade.
A péssima qualidade é por conta de seus veículos e sua administração e não por conta dos funcionários que lidam diretamente com os passageiros, como, motoristas, cobradores e fiscais, pois estes cumprem apenas o que os superiores determinam, e acabam por vezes sofrendo junto com os passageiros os problemas que vem de sua má gestão.
Veículos com vários problemas, bancos quebrados, nos dias de chuva entra água em alguns veículos, um barulho enorme pois alguns não tem mais borrachas no vidros, e ao se locomover causam um ruído enorme, e o pior os ônibus que deveriam prestar o serviço transportando deficientes, como no caso em questão, possuem seus elevadores quebrados, e para ser sincero nunca vi funcionando o elevador de nenhum destes veículos, e uso o transporte público na mesma rota já a alguns anos.
Na cidade existem outros deficientes, mas para ser sincero não é comum ver um tentando ir e vir utilizando o transporte público, desta forma ninguém cobra, familiares acabam levando e buscando, de seus compromissos ja antecipando os problemas que teriam se dependesse do transporte prestado pela empresa.
O problema maior é que estas pessoas acabam ficando dependentes de terceiros, pois não tem o direito de ir e vir, como determina a constituição.
Outra razão é o receio do constrangimento, assim acabam terceirizando seus compromissos, com receio de passar por esta “vergonha” pois pensam estar incomodando motorista e cobrador pois estes acabam tendo que carregar com suas mãos o passageiro.
E como fazer nos casos onde há funcionários mulheres, como carregar o passageiro, a segurança de um e do outro quem garante?
Outro problema é com relação ao pagamento da passagem, pois a constituição garante a passagem gratuita o que também foi questionada pelos funcionários, pois a determinação é receber de todo mundo, nem os idosos que fazem o uso da gratuidade, caso tenha um determinado numero já embarcado não pode exercer o direito de também ter sua gratuidade, e não pense que são muitos pois a perca do direito se da após 1 ou 2 passageiros embarcados, já perde-se o direito os outros, tudo isto, é cobrado pelos cobradores(as) por receio de serem prejudicados pois caso fiscal veja são notificados e sofrem sansão da empresa.
Enfim, são muitos problemas além destes técnicos e mecânicos, também tem o valor da passagem que é R$ 6,50 neste trecho de Ijaci a Lavras ou vice e versa, um absurdo para um transporte realizado sem qualidade nos ônibus e dignidade aos passageiros, segue o vídeo dos funcionários carregando o passageiro com dificuldade, Marco Aurélio, foi atleta profissional correndo em cadeira de rodas esportivas, chegou a correr a maratona de New York, passou por várias dificuldades com relação ao direito a acessibilidade mas estas dificuldades trouxeram a consciência sobre os seus direitos e de todos que precisam de uma atenção diferenciada, já que empresas e muitas vezes o poder público tratam diferente e prestam serviço diferente para um ou outro.
Marco Aurélio é casado com Rosana, que é assistente social, e foi quem gravou o vídeo, também indignada com a situação, tem familiares em Lavras e Ijaci, morava em São Bernardo do Campo, mas resolveram fixar residência em Ijaci, na grande São Paulo, Marco Aurélio também teve problemas com o transporte público, e outras empresas, através destes problemas se engajou em causas com foco no direito e na inclusão dos deficientes, ficou indignado com o tratamento e a falta de condições e acessibilidade na cidade, e lembra a todos que para quem não precisa desta atenção diferenciada, tudo é normal, mas todos precisam ter uma olhar de inclusão, pois todos tem o s mesmos deveres, pagam seus impostos da mesma maneira, e tem o direito de terem os direitos também como qualquer um.
Entraremos em contato na segunda feira com a empresa e com os órgãos que cuidam deste serviço para saber quais serão as atitudes diante de tantos problemas.
Aos representantes da população, não só de Lavras e Ijaci, mas de todas as cidades principalmente de nossa região, fica a dica de tentarem observar como é o tratamento das empresas de transporte aos cidadãos que os elegeram, e juntos cobrar a melhora do serviço prestado, é o que todos esperam.
Segue o vídeo do ocorrido.