
(2Ed) Vai recomeçar a temporada anual de queimadas, desmatamentos, destruição e agressões generalizadas ao meio ambiente
(Segunda edição, revisada, atualizada e ampliada - segunda parte, e final)
(2Ed) Vai recomeçar a temporada anual de queimadas, desmatamentos, destruição e agressões generalizadas ao meio ambiente
(Segunda edição, revisada, atualizada e ampliada – segunda parte, e final)
“A ciência e a universidade existem para melhorarem a vida das pessoas e protegerem o meio ambiente”.
Continuando a matéria.
Sobre o saber popular, apresento-lhes como argumento oportuno, a “Carta do Chefe Seattle”, dirigida ao presidente dos EUA, Franklin Pierce, quando este propôs comprar, em 1854, grande parte das terras de sua tribo, oferecendo, em contrapartida, a concessão de uma “reserva indígena”.
Trata-se de um dos mais belos e importantes documentos pertencentes ao acervo cultural da humanidade.
“O Presidente, em Washington, informa que deseja comprar nossa terra”.
“_Mas como é possível comprar ou vender o céu, a terra? A idéia nos é estranha. Se não possuímos o frescor do ar e a vivacidade da água, como poderão comprá-los?
_Conhecemos a seiva que circula nas árvores, como conhecemos o sangue que circula em nossas veias. Somos parte da terra, e ela é parte de nós!!
_As flores perfumadas são nossas irmãs. O urso, o gamo, e a grande águia são nossos irmãos. O topo das montanhas, o húmus das campinas, o calor do corpo do pônei, e o homem, pertencem à mesma família!!
_A água brilhante que se move nos rios e riachos não são apenas água, mas o sangue de nossos ancestrais. Se lhes vendermos a nossa terra, deverão lembrar-se de que ela é sagrada!!
_Cada reflexo espectral nas claras águas dos lagos fala de eventos e memórias na vida do meu povo. O murmúrio da água é a voz do pai do meu pai!!
_Os rios são nossos irmãos. Saciam a nossa sede, conduzem nossas canoas e alimentam nossos filhos. Assim, é preciso dedicar aos rios, a mesma bondade que se dedicaria a um irmão!!
_Se lhes vendermos nossa terra, lembrem-se de que o ar é precioso para nós; o ar partilha o seu espírito com toda a vida que ampara!!
_O vento, que deu ao nosso avô o seu primeiro alento, também recebe seu último suspiro. O vento também dá às nossas crianças o espírito da vida!!
_Assim, se lhes vendermos nossa terra, vocês deverão mantê-la à parte e sagrada, como um lugar onde o homem possa ir apreciar o vento, adocicado pelas flores da campina!!
_O que sabemos é isto: a terra não pertence ao homem, o homem pertence à terra. Todas as coisas estão ligadas, assim como o sangue nos une a todos!!
_O homem não teceu a rede da vida, é apenas um dos fios dela. O que quer que ele faça à rede, fará a si mesmo!!
_Uma coisa sabemos: nosso Deus é também o seu Deus. A terra é preciosa para Ele, e magoá-la é acumular contrariedades sobre o seu criador!!
_O destino de vocês é um mistério para nós. O que acontecerá quando os búfalos forem todos sacrificados?
_Os cavalos selvagens todos domados? O que acontecerá quando os cantos secretos da floresta forem ocupados por odores de muitos homens e a vista dos montes floridos for bloqueada pelos fios que falam?
_Onde estarão as matas? Sumiram!!
_Onde estará a águia? Desapareceu! E o que será dizer adeus ao pônei arisco e à caça? Será o fim da vida e o início da sobrevivência?
_Quando o último pele-vermelha desaparecer, junto com a sua vastidão selvagem, e a sua memória for apenas a sombra de uma nuvem se movendo sobre a planície …… estas praias e estas florestas ainda estarão aí? Alguma coisa do espírito do meu povo ainda restará?
_Amamos esta terra como o recém-nascido ama as batidas do coração da mãe. Assim, se lhes vendermos nossa terra, amem-na como a temos amado. Cuidem dela, como temos cuidado!!
_Gravem em suas mentes a memória da terra tal como estiver quando a receberem. Preservem a terra para todas as crianças e amem-na, como _Deus nos ama a todos. Assim como somos parte da terra, vocês, também, são parte dela!!
_Esta terra é preciosa para nós, também é preciosa para vocês. Uma coisa sabemos: existe apenas um Deus. Nenhum homem, vermelho ou branco, poderá sobreviver à parte. Afinal, somos irmãos!!”.
(Assinado: Chefe Seattle, 1854).
Mas, e no Brasil, e para o Brasil??!!:
Atentem para o texto:
“Este texto discute o vertiginoso processo de devastação do Cerrado brasileiro, procurando mostrar a questão do ponto de vista dos povos cerradeiros. O Cerrado é o berço das águas das principais bacias hidrográficas da América do Sul. Este bioma está sofrendo vertiginosa destruição. O processo de modernização da agricultura avança sobre as matas ciliares, as veredas e as nascentes, expulsando os camponeses e homogeneizando as paisagens com monoculturas, comprometendo a sua biodiversidade característica. Outro grande risco, hoje, é a expansão do modelo energético, que ameaça seus rios com a construção de barragens para Aproveitamento Hidrelétrico (AHE) e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). O processo de destruição do Cerrado pelo agronegócio e pelo hidronegócio afeta toda a sociedade, e o campesinato é o segmento social comprometido mais diretamente, pois são homens de lida íntima e direta com a terra, com a qual se relacionam com respeito, afinal é a terra seu principal meio de vida e perder a terra é ser expropriado da cultura, das tradições, do modo de vida e da cidadania, pelo rompimento de teias de relações sociais centenárias”. Helena Angélica de Mesquita. (https://publicacoes.agb.org.br/terralivre/article/view/293).
Atentem também para os posts:
“ONDE ESTÃO AS FLORES-DE-SÃO-JOÃO??!! O HERBICIDA MATOU!!(Primeira parte de uma série de dois posts)
https://www.agazetadelavras.com.br/onde-estao-as-flores-de-sao-joao-o-herbicida-matou/
Já dizia Paulo Freire:
“O homem, como um ser histórico, inserido num permanente movimento de procura, faz e refaz o seu saber.”
(Acessem as crônicas anteriores, clicando na franja “Blogs e Colunas“, acima do título da matéria atual. Em seguida, pode-se clicar na franja “Próxima página >“, no rodapé da página aberta, para continuar acessando-se mais crônicas anteriores).
Informo também , que, não tenho patrocínio ou patrocinadores. As propagandas comerciais veiculadas nas minhas matérias, não me remuneram direta ou indiretamente, e são inseridas unilateralmente pelo jornal.