
A geração dos pais descartáveis
Com o advento da modernidade os pais acabam virando obsoletos para os filhos que amadurecem precocemente e se apoiam mais nas informações e ensinamentos contidos no computador e nos celulares.
Uma pesquisa publicada este ano revelou uma situação desalentadora, registrando uma triste realidade, de que pais e filhos estão conversando ou trocando palavras por um tempo muito insignificante, pouquíssimos minutos por dia. Isso considerando esta constatação como média dentre os pais entrevistados, e o jornal da capital – O tempo – na época, ainda chamou a atenção para fato de que “chamar isso de relacionamento é querer dourar muito a pílula”. Com base nesses resultados surgiu então a dúvida questionando de quem seria a culpa desse fracasso no relacionamento mais importante em uma família, que é entre um pai e um filho.
Considerando essa triste constatação e procurando um culpado para isso, há de se estudar esse desastre focando primeiro, as condições de vida e visão de mundo dos pré-adolescentes, adolescentes e adultos-jovens, pois, o mundo deles é um display, uma tela de computador, de vídeo games, celulares e outros equipamentos similares. Talvez seja este o principal desvinculador na relação entre pai e filho, já que, se o filho, mesmo nos momentos em que pode conversar com o pai está ligado à uma telinha, estão torna-se mais difícil acontecer esse relacionamento mais efetivo e afetivo.
Olhando o problema por outro prisma, desta vez analisando os pais, deve-se levar em conta que são adultos desajeitados para com as novidades e modernidades que geraram novos comportamentos, tanto que dependem dos filhos para ajudá-los na adaptação com os teclados modernos, com os comandos para mexer na internet, no google, sites, blogs, twitter, youtube, Orkut, msn, facebook e agora o tal do whatsap e vários outros mecanismos eletrônicos que surgem a cada dia, fazendo-os considerarem-se como semianalfabetos internauticos. E mesmo os pais querendo aproveitar esses momentos para manter um relacionamento “legal” com os filhos, estes acabam fazendo os pais se sentirem como pais ridículos, como antiquados. Com isso os filhos mandam e desmandam, chantageiam e ludibriam os pais com facilidade, inclusive aproveitando a oportunidade para exigir as coisas que cobiça, às vezes, sem medir as condições financeiras da família.
Então, para os pais, as coisas são classificadas pelo valor, enquanto para os filhos as coisas são consideradas de acordo com a utilidade, isso porque valor é algo que se cuida, preserva, e que se quer de seu lado, como uma correntinha de ouro que algum ente querido lhe deu. Já utilidade é tudo aquilo que só se lembra quando precisa, como o celular para ver as mensagens no facebook. Dessa forma e análise, pode-se ver se o filho valoriza o pai, ou se o utiliza, pois se ele só lembra do pai na hora da grana, do aperto, da carona, ele é como o aparelho de celular, descartável.